Os primeiros registros sobre a existência de águas termais na margem do Rio Cubatão foram feitos por Loccok em 1809, o qual revelou ocorrências de águas parecidas com as de Harrogate (Estância Termal Inglesa), tendo a mais que estas uma considerável temperatura.
Em 1812 foram levadas para a Corte algumas garrafas de água e em 1813, o Governo Imperial tomou conhecimento de que habitantes das circunvizinhanças vinham em busca dessas águas para alívio de suas doenças. Alguns, inclusive, construíram choças para permanecer no local por mais tempo.
Constatada a existência de tribos indígenas, que destruiram as instalações rústicas e ali improvisadas, o governo imperial destacou um contingente policial para guardar o local. Mas, a 30 de outubro de 1814, foi o destacamento dizimado pelos selvagens.
Somente em 1818 as fontes foram retomadas dos índios por ordem do governo João Vieira Tovar de Albuquerque, que fez o primeiro pronunciamento oficial publicado a 02 de fevereiro do mesmo ano, do qual destacamos o seguinte trecho: "Temos entre nós um manancial de beneficência pública, e havemos de privar o público, a Nação e, enfim, a humanidade deste presente que nos confiou a natureza? Ah! Não.
Cidadãos generosos, o rico tesouro de águas termais que temos em frente a nossa vista, mas coberto por obstáculos, deve franquear-se a todas as gerações de um modo fácil e digno de vós. A posteridade gozando de seu benefício deve apontar com o dedo e exclamar: "Isto se deve aos Catarinenses e honra os benfeitores da humanidade. "
Em seguida, ao apelo do governador catarinense, o Rei João VI fez baixar um decreto no dia 18 de março de 1818, determinando a construção de um hospital, o que é considerado a primeira lei de criação de uma Estância Termal no Brasil.
A partir destes atos oficiais, foi determinado a construção provisória de alguns leitos, destinados a abrigar o grande número de enfermos que utilizavam das já conceituadas águas. O vandalismo e desrespeitos já existentes na época, desta lamentável ocorrência, passaram os usuários a construir choupanas para uso temporário.
Decorridos alguns anos, em 1835, através da Lei provincial nº 16 do dia 12 de maio, foi atribuída a execução do empreendimento, criado por Decreto Imperial, à Câmara Municipal de São José.
Face a impossibilidade da Câmara concretizar tal obra, a Assembléia provincial, pela Lei nº 164, de 18 de março de 1842, encarregou o presidente da Província de executá-la com recursos do Governo e outros provenientes de doações e loterias. Boa parte dos recursos para a construção do hospital foram conseguidos através de diversas loterias autorizadas especialmente para este fim.
Em 1844, entre outros recursos obtidos de doações, foram recebidos do Governo Imperial 2.000$000 réis e de S.M. A Imperatriz 400$000 réis, oportunidade em que ela aceitou o título de Protetora do Hospital Caldas, permitindo que estas se denominassem Caldas da Imperatriz.
Já no período de Construção, em 1845, nos dias de 29 a 30 de outubro, as Caldas receberam honrosa visita do Casal Imperial D. Pedro II e Donas Teresa Cristina, que ali pernoitaram, conheceram as fontes e a excelente qualidade de suas águas.
A construção do prédio de 13 quartos e 6 banheiras se prolongou por alguns anos, sendo em 1850 uma parte concluída e iniciada a sua ocupação em caracter precário até 1855, quando foram concluídas as instalações e montado o mobiliário. Neste ano, já estavam instaladas as 6 banheiras de mármore Carrara, existentes até hoje em condições perfeitas e em uso permanente.